Pesquisa feita pelo Ministério da Saúde em 2009, com 54 mil moradores de todas as capitais retratou que o brasileiro está mais gordo e sedentário.
Entre os entrevistados do sexo masculino, 51% tem excesso de peso, independente do grau de escolaridade. Nas mulheres, o índice é de 42%. O excesso de peso feminino é mais comum entre as mais pobres. Quanto à escolaridade, 50% das mulheres com zero a oito anos de estudo tem sobrepeso. Na faixa com 12 anos ou mais de estudo, o índice é de 31%.
O Brasil está caminhando rapidamente para a situação de países como Estados Unidos, onde 60% da população tem sobre peso.
Dos anos 80 pra cá, o Brasil saiu da desnutrição para o sobrepeso (um pouco acima do recomendável) e obesidade (bastante acima do recomendável). Além disso, o aumento de peso pode ser explicado pelo acesso a alimentos baratos, engordativos e de baixo valor nutricional, como biscoitos, salgadinhos e fast-food.
Entre as doenças provocadas pelos maus hábitos alimentares ou pela falta de exercícios, podemos citar: hipertensão, diabetes, entre outras doenças degenerativas.
Segundo uma pesquisa divulgada pelo Instituto Ibope, para 63% dos entrevistados, a prioridade número um do governo deveria ser a saúde. Talvez, seja mais útil a si mesma, as pessoas evitarem comportamentos que ajudam a adoecer. Nesse quesito, a pesquisa do Ministério da Saúde mostra que o povo brasileiro não está fazendo sua parte. O brasileiro cultiva maus hábitos, pois vive o prazer imediato sem pensar nas conseqüências, especialmente na juventude. Para os jovens, é muito difícil se imaginar com uma doença que eles acham que é de velho, como hipertensão ou diabetes. Eles acham que vão ficar doentes só daqui a 30 anos e que até lá Medicina terá inventado uma solução. A solução não vem, o jovem fica velho e dá prejuízos à família e ao Estado. Como convencer quem tem 30 anos, e se sente invulnerável, que terá que pagar no futuro o preço das escolhas erradas que faz hoje?
Época, Junho de 2010.
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